Nossos modelos de comportamentos vêm das novelas, séries, filmes que não nos mostram o quanto é difícil e desafiador construir relacionamentos. Nas ficções, quase sempre tudo acaba bem. Nos filmes de amor ficamos emocionados e desejosos de viver aquele romance. Mas eles não nos mostram como é difícil na realidade do nosso dia a dia.
É possível ter um excelente casamento, mas é preciso muito investimento nas relações, mas não dá para viver as 24horas apaixonados, temos muito o que fazer, principalmente aprendermos a nos conhecer, o amor começa pelo amor próprio.
Ciúme é falta de amor por si, quem se gosta, quando não é mais amado, sofre mais vai embora, entende que precisa desse luto para se tornar uma pessoa melhor no próximo relacionamento. Sabe que nada melhor do que um dia após o outro e a dor passará. Os filmes nos mostram os personagens felizes para sempre, mas não mostram o como. Esse é um trabalho de autoconhecimento, sem nos conhecer não assumiremos as rédeas de nossas vidas e sempre culparemos o outro.
A vida em família pode ameaçar o erotismo. Quando marido e mulher se familiarizam, há o risco que se perca, a sexualidade. Com a convivência, aumentam ainda mais o amor, mas esse se transforma em amor incondicional. O mesmo amor que sentimos por nossos irmãos e nossos pais. Em algumas relações, o casal passa até a chamar um ao outro de pai ou mãe. Sem que percebam ao tratar um ao outro, com essa proximidade, expulsam a sexualidade.
Existem casais que não transam por tempos e quando se pergunta para saber o porquê do distanciamento, descobre-se que toda família dorme no mesmo quarto para economizar energia do ar condicionado e se distanciam porque criaram esse hábito ou deixam as portas abertas perdendo a intimidade. E quando descobrem a traição, são incapazes de empatia, tanto o homem como a mulher tendem a culpar ao outro. Mas na verdade, ambos são culpados. Se distanciaram e permitiram que isso acontecesse.
Ou porque permitiram que os celulares e computadores entrem para o quarto tirando todas as possibilidades de toque, conversa, romantismo. Eles não percebem o quanto estão viciados em tecnologia e culpam um ao outro pelo esfriamento da relação.
Diálogo de uma entrevista, palavras do esposo que quis a terapia de casal, ele disse:
— Cheguei ontem em casa e ela me disse sentada, com o computador no colo e falando ao telefone, ao mesmo tempo: “a comida está no micro-ondas”. Comi sozinho e fui me sentar ao lado dela, na sala, que continuava na internet, fiquei aguardando que ela me desse um pouco de atenção, mas depois de três horas que cheguei em casa, estava exausto, então pensei, vou deitar e ela virá. Fui me deitar e aguardei ate que peguei no sono. Diariamente durante anos tem sido assim.”
Então passei a palavra para ela e pasmem, ele pegou o celular e começou a responder e-mail. Tive que dar uma dura nele porque disse-lhe que ele precisava ouvi-la.
Desse dia em diante passei a proibir celulares durante a consulta. Conseguem perceber a ironia, ambos estavam viciados em tecnologia e não se tocavam mais e culpavam um, ao outro. Quando na verdade a conquista tem que ser diária, como quando começaram o romance, senão nos perdemos, imaginem se na lua de mel, ela o deixou comer sozinha na cozinha.
O celular é a melhor invenção que existe, na minha opinião, um computador nas mãos, mas se não cuidarmos de termos o controle, ele destruirá muitos relacionamentos. Vigie-se para usar celular apenas quando estiver sozinho, é muito deselegante conversar com alguém que não está por inteiro, nos olhando e nos ouvindo.
O nosso cérebro foca em uma situação de cada vez para termos sucesso de 100% na comunicação. Costumo dizer que temos dois ouvidos e uma só boca. Pare o que estiver fazendo quando alguém lhe dirigir a palavra, principalmente o companheiro(a) e filhos, não se preocupe em responder apenas ouça. Não podemos estar dispersos com a cabeça fora da relação. É importante termos um foco por vez. Quando no trabalho, realmente estar lá, esqueça o mundo aqui fora e vice-versa. Sei que não acontece assim por isso tanta gente infeliz, doente. É importante desenvolvermos bons hábitos.
No filme Os Homens são de Marte é para lá que eu vou II mostra uma cena comum em nossas vidas, o marido mostra interesse em fazer sexo e vai até o banheiro e a esposa sai e vai buscar o filho, no berço e diz que a criança chorou e a coloca, no meio da cama, separando-os e frustrando o esposo.
A transformação ocorre porque os vínculos eróticos da paixão se convertem em vínculos familiares de amor incondicional. Esse é o verdadeiro amor. Porém, famílias são destruídas porque ao invés de se reinventar o amor e apaixonar-se novamente, cria-se, a ideia de que se casou com a pessoa errada. E começa-se inconscientemente, uma nova busca da idealização do romance.
Quando a relação se familiariza, existe o risco da perda da sexualidade. Não há impedimento para manter os dois, mas não há sinceridade nas conversas e os homens não são autênticos na sua necessidade de sexo. Ambos falham na sedução e em dar a devida importância para o sexo.
O segredo é pensar em namorar diariamente organizar de tal forma a ter muita coisa para fazer juntos dando exclusividade para o parceiro(a), yoga, caminhada, aulas de dança e outros hobbies.
A confiança, e a fidelidade, são fatores importante e ambos devem ter foco em conquistar diariamente o companheiro(a). Estar de fato por inteiro com o outro(a) e não assistindo a TV ou outro aparelho com a mente fora da relação. Estejam realmente de corpo e alma na relação. Desliguem os celulares quando chegarem em casa, façam tudo em conjunto, banho, massagens, surpreendam seus companheiros como quando iniciaram o romance. Acreditem que uma falha nessa sedução e conquista diária, abrirá uma brecha para que um ou outro passe a se interessar por terceiro(a) dado as facilidade para se paquerar nos dias de hoje.
É importante que recordemos as cenas do início do namoro, os primeiros encontros e traremos de volta as sensações sentidas novamente a tona. Vale a pena construir juntos, um relacionamento afetivo construtivo onde ambos evoluam e os filhos possam ter ao lado. os pais apaixonados um pelo outro. E que ambos sejam exemplos de como o casamento é maravilhoso e não de casamento infeliz.